quinta-feira, maio 29, 2008

Deslumiser

Não há alma que não se parta.
Nem pedaço que não trema.
Que não suba; sobre.

Não há tempo que não seja sonho.
Nem nada que não seja óleo.
Que não queime, que não morda, que não se agarre com rancoroso amor às minhas roupas e tente se fazer mim.
Apenas o tempo nos separa da vida.

Pois eu só sinto falta da sede e do medo.
E eu só sinto medo da morte que seja pouca, que seja rouca, que não grite, que seja proto, que esteja viva.

Daquele que cheio de ácido não chore e cheio de espuma não babe.
Que cheio de força não quebre, nem cheio de mar não chova.

Daquele que cheio de amor não desmorone e cheio de alma não rasgue.
Porque não conheço sol que se ilumine.
Nem Santo que se salve.

Eu só sinto falta da falta.
E sinto farto de homens.
Pois fiz meu banquete nas horas passadas e de humanidade fiz minha casca.

Tito de Andréa

3 Comentários:

Blogger Leandra Postay disse...

"Daquele que cheio de amor não desmorone e cheio de alma não rasgue.
Porque não conheço sol que se ilumine.
Nem Santo que se salve."

Gostei em especial disso.

10:25 AM  
Anonymous Anônimo disse...

Sempre me lembra o texto de alguém mais velho. gostei muito desse poema. Parece que passamos por coisas demais mesmo sem saber. Nossa mente, nossas emoções já nasceram sabendo.

6:55 PM  
Blogger deynne augusto disse...

caralho
que poema lindo meu filho

12:03 PM  

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