Abraços e há braços
Abraça-me e envolve-me com teus braços metálicos que ressoam e ecoam por dentro de mim.
Perfuma e perfura meus pulmões com teus dedos longos que eu por completo respiro o sangue e me afogo de garganta e peito arfante, que meus olhos assistem pequenas esferas explodindo e expandindo diante de si.
Que minha pele conhece o desespero lento do sono cremado vivo.
Abraça-me e envolve-me com tua fala e tua falta que não me faz.
Que eu inteiro me envolvo em lençóis de morto e prossigo dançante e febril.
Que eu por partes, parte a parte me afundo em teu ser.
E me debato e me despeço dos fogos do teu maremoto.
Do frio de teus infernos e do sol de teu outono.
Impede-me se quiser de saltar e soltar a corda que nos une, de romper o abismo, de colidir com o Deus, de arrancar-lhe os olhos.
Impede-me se quiser de romper os cordões e falar por debaixo da mordaça.
Murmurar paredes.
Impede-me de abraçar-nos em meus braços de vento e de pó.
Impede-me de envolver-nos com panos mortos e de nos cultivar em terra seca.
Impede-me de ser-te e cheio de ti, transbordarei.
Abraça-me e arrasta-me para o fundo de tua caverna, cobre meus restos com pedras, e vive a morte das feras.
Dentes, unhas e sangue por fim.
Tito de Andréa
Perfuma e perfura meus pulmões com teus dedos longos que eu por completo respiro o sangue e me afogo de garganta e peito arfante, que meus olhos assistem pequenas esferas explodindo e expandindo diante de si.
Que minha pele conhece o desespero lento do sono cremado vivo.
Abraça-me e envolve-me com tua fala e tua falta que não me faz.
Que eu inteiro me envolvo em lençóis de morto e prossigo dançante e febril.
Que eu por partes, parte a parte me afundo em teu ser.
E me debato e me despeço dos fogos do teu maremoto.
Do frio de teus infernos e do sol de teu outono.
Impede-me se quiser de saltar e soltar a corda que nos une, de romper o abismo, de colidir com o Deus, de arrancar-lhe os olhos.
Impede-me se quiser de romper os cordões e falar por debaixo da mordaça.
Murmurar paredes.
Impede-me de abraçar-nos em meus braços de vento e de pó.
Impede-me de envolver-nos com panos mortos e de nos cultivar em terra seca.
Impede-me de ser-te e cheio de ti, transbordarei.
Abraça-me e arrasta-me para o fundo de tua caverna, cobre meus restos com pedras, e vive a morte das feras.
Dentes, unhas e sangue por fim.
Tito de Andréa
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