terça-feira, setembro 04, 2007

O Azilo dos Santos.

O martelo bate.
Bate
Batebatebate.
O martelar inconstante da dor de cabeça de Deus.

De cá do quarto ao lado eu o escuto.
De cá de além da parede de tijolos, cimento e duas camadas de tinta.
Eu o escuto.
Martelando.

Por que diabos pensa tão alto?
Será que não aprendeu a calar a cabeça?
Será que Deus, bêbado e velho, não se cansa de praguejar e amaldiçoar seus filhos ingratos que o trancam e o condenam a uma vida eterna de mesquinhas orações e pedidos em papeis queimados e dízimos de pobre em dinheiro suado e sujo.

Por que diabos pensa tão alto e não me deixa dormir em paz?

- Cala!
- Cala-me!

Tito de Andréa.

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