quinta-feira, julho 20, 2006

E eu sempre quis ser uma dor de dentes

FERRO

Há dor apenas,
À dor apenas,
Todos os meus sonhos,
Todos os meus temores amados,
Toda a minha infância,
À dor apenas...

À dor...
Eu envio meus pés,
Que frios de morte tateiam o caminho,
Eu envio dedo por dedo para os martelos,
Eu envio minhas juntas ao ferreiro,
Que, com seus músculos cansados: corta o osso com o ferro,
E meus ossos são dor apenas...

À dor apenas...
Eu envio minhas fibras,
Meus coágulos,
Tudo é meu por direito,
O tremor,
A febre,
A alergia,
À dor!
Há dor
A mim!

Chamem as dores,
E digam que sempre as amei,
Que fui humano por elas,
E que sei!
Sei que fui amado,
Amado e por elas servido,
Fizeram de mim,
Menino-deus.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

uia...

poema bom esse

fazia tempo q eu no te lia neh ... mas td bem

6:10 PM  

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