quinta-feira, outubro 05, 2006

Terras

Minha terra,
Aquela mãe velha,
Velha doida,
Minha terra perdida,
Mãe que nunca mais tive,
À terra que nunca vi.

A mãe louca,
Meu sangue demente, minha febre contente,
Minha terra em chamas,
Minha plantação em saliva verde, dos gafanhotos.

Meu rio,
Seco tal qual um pai dormente,
A terra quebra, o chão parte,
Minha lavoura seca, minha santa mãe morta.

A mão morta e enterrada,
As dívidas do tal pai que morreu,
(e dizem que por mim)
As dívidas que carrego em chagas,
Em um coração inchado e calado,
Em um coração de bicho
Minha terra está

Esteve.
Minha terra é passado,
Minha terra é cansaço,
Minha terra é a morte
E nela secou

O futuro

Tito de Andréa

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