domingo, junho 17, 2007

Tarde amarela

Quebra a queda
E abre os braços,
Lento e morno
Dia de novembro.

Anda e cobre com poeira dourada
A tarde preguiçosa
Que se deita sobre nós
Calmamente.

Manso e humilde
Recém-acordar,
Recorta de cores
Os cortes da pele.

Sacode dos cabelos os grãos de prata que recobrem a noite
Das folhas levo o aroma e o tato
Das folhas levo o verde despertar
Levo a carne e a seiva
Sacode dos cabelos a lua que se prendeu

Salva o salto
E do fundo chama a sombra
Que sobe murmurante,
Silenciosa
Amorosamente, rósea.

Desprende de tua pele a peleja do sangue
Os deuses que nela se prenderam no entardecer de tua sacada
Desprende de tua fronte os sonhos que se embaraçaram em teus cílios
Desprende de teus dedos os restos de terra.

É teu por direito o crepúsculo frio
o gélido vento do norte,
o dia que fica ao sul, vai sumindo ao leste.

É a tarde que morre,
vermelha.

Tito de Andréa

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