terça-feira, agosto 12, 2008

Caravana

O poema é um animal morto
O poema é um camelo com sede
O poema vagou por meses no deserto quente
Carregando nas costas os mantimentos da caravana

O poema é uma carcaça exposta ao sol
O poema é uma fria e feliz oferenda aos comensais
O poema deitou-se para dormir
E não se levantou jamais

O poema é um esquálido esqueleto
O poema é uma árida e infértil paisagem
O poema se esparrama em forma de deserto esperante
E anseia pela chuva

O poema é um resto desbotado
O poema é um preguiçoso predador acuado
O poema é uma serpente suicida, que morde a si mesma
E morre poema, a perda.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

O Poema é meu psiquiatra preferido

3:31 PM  

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