Luto
Há um luto amargo engasgado em minhas entranhas,
Um luto negro e doloroso,
Eu olho para fora e vejo que toda a terra se escurece,
Eu vejo os filhos,
Os pais, irmãos e mulheres,
E todos eles morrem também.
Há um luto por tudo que vive, em mim
Um luto escuro e espesso,
Há um véu que tapa meus olhos,
E eu olho para tudo e não consigo ver nada mais que morte...
Há vida presa nas árvores,
Mas eu olho para fora, pela janela
e as árvores apenas mostram suas raízes,
Árvores reversas...
Há um luto em tudo que vive,
E tudo que vive escurece.
Em mim há um luto seco
Um luto leve,
Um luto que é como uma lágrima.
Preso.
Há um luto amarrado à vida,
E ele me ata pelos pés e me diz que não.
Há um luto em meus olhos e tudo que vejo morre,
Tudo morre em mim...
Toda vida se espalha em pedaços que não encontro.
Toda vida se vai pelos cantos e fica presa nas raízes que encontra.
Há um luto no som,
Um luto imutável nas cores,
Há um luto no céu,
Eu olho para esse tal céu e ele não chora.
O céu se contorce de dor, muda de cor...
O céu sou eu.
Há um luto eterno em minha cama,
Um luto em meu silêncio
Meus travesseiros velam um luto,
Minhas mãos rezam um silencioso terço
Minha boca reza uma reza velha, que nunca aprendi...
Rezas silenciosas do corpo...
Há um luto no corpo.
Há um luto que arde no mar,
Um luto frio e comestível,
Um luto com gosto de sangue,
Um luto só.
Há um luto em mim...
Há um luto na escuridão...
Um luto todo feito de luz...
Há um luto em minha boca,
Eu tento gritar, mas tudo que eu digo é morte...
Eu tenho de andar, mas há um luto em meus pés,
Será que também eles fazem sua reza?
Há um luto vicioso em meus elefantes.
Um luto cinza e africano.
Um luto dançante e caótico...
Um luto católico.
Há um luto na lua,
Eu procuro a lua no céu, mas apenas há o sol...
Há um luto no sol,
Um luto quente e fervoroso,
Será que também ele faz sua reza?
Será que também ele, vê sua morte?
Há um luto nas estrelas e planetas,
Um luto universal e intenso,
Um luto feito de folhas de relva,
Um luto todo novo. Inovador.
Busco em meu luto palavras novas, busco e nelas não encontro nada.
Há um luto nas palavras,
Um luto vibrante...
Mas isso apenas entendem os mudos,
E também eles fazem sua reza.
Há um luto nas cruzes e credos,
Um luto calado e fiel,
Um luto metálico e cortante,
Há um luto nas espadas e nos padres.
Há um luto lá fora,
Um luto que festivo entra em meu quarto e em mim.
Há um luto em mim, e em ti, e em nós...
Somos um luto novo.
E também em nós, há uma nova reza.
Um luto negro e doloroso,
Eu olho para fora e vejo que toda a terra se escurece,
Eu vejo os filhos,
Os pais, irmãos e mulheres,
E todos eles morrem também.
Há um luto por tudo que vive, em mim
Um luto escuro e espesso,
Há um véu que tapa meus olhos,
E eu olho para tudo e não consigo ver nada mais que morte...
Há vida presa nas árvores,
Mas eu olho para fora, pela janela
e as árvores apenas mostram suas raízes,
Árvores reversas...
Há um luto em tudo que vive,
E tudo que vive escurece.
Em mim há um luto seco
Um luto leve,
Um luto que é como uma lágrima.
Preso.
Há um luto amarrado à vida,
E ele me ata pelos pés e me diz que não.
Há um luto em meus olhos e tudo que vejo morre,
Tudo morre em mim...
Toda vida se espalha em pedaços que não encontro.
Toda vida se vai pelos cantos e fica presa nas raízes que encontra.
Há um luto no som,
Um luto imutável nas cores,
Há um luto no céu,
Eu olho para esse tal céu e ele não chora.
O céu se contorce de dor, muda de cor...
O céu sou eu.
Há um luto eterno em minha cama,
Um luto em meu silêncio
Meus travesseiros velam um luto,
Minhas mãos rezam um silencioso terço
Minha boca reza uma reza velha, que nunca aprendi...
Rezas silenciosas do corpo...
Há um luto no corpo.
Há um luto que arde no mar,
Um luto frio e comestível,
Um luto com gosto de sangue,
Um luto só.
Há um luto em mim...
Há um luto na escuridão...
Um luto todo feito de luz...
Há um luto em minha boca,
Eu tento gritar, mas tudo que eu digo é morte...
Eu tenho de andar, mas há um luto em meus pés,
Será que também eles fazem sua reza?
Há um luto vicioso em meus elefantes.
Um luto cinza e africano.
Um luto dançante e caótico...
Um luto católico.
Há um luto na lua,
Eu procuro a lua no céu, mas apenas há o sol...
Há um luto no sol,
Um luto quente e fervoroso,
Será que também ele faz sua reza?
Será que também ele, vê sua morte?
Há um luto nas estrelas e planetas,
Um luto universal e intenso,
Um luto feito de folhas de relva,
Um luto todo novo. Inovador.
Busco em meu luto palavras novas, busco e nelas não encontro nada.
Há um luto nas palavras,
Um luto vibrante...
Mas isso apenas entendem os mudos,
E também eles fazem sua reza.
Há um luto nas cruzes e credos,
Um luto calado e fiel,
Um luto metálico e cortante,
Há um luto nas espadas e nos padres.
Há um luto lá fora,
Um luto que festivo entra em meu quarto e em mim.
Há um luto em mim, e em ti, e em nós...
Somos um luto novo.
E também em nós, há uma nova reza.
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