Pecaminossanto
Não brinca com tuas chagas menino-Deus.
Não trepa na cruz,
Não faz pouco da santa.
Não come carne no domingo,
Vê a vista do cego que do barro ao cuspe retorna multicolorida?
Preto e azul.
Não sonha no alto e não dorme na terra.
Não vive à morte,
Teus espinhos e tua carne, sempre foram
Um só.
E tu,
Siamês do mundo.
Agora andamos de pés nus sobre a água e eu assisto ao meu corpo em queda livre pelo oceano. Ar em meu afogamento,
Carne em minha lama.
Não pedi, mas fui atendido homem.
- Deus meu, Deus meu,
Por que me abandonaste?
Agora ando de pés viventes por sobre ferro em chamas e sinto suas presas nas minhas carnes, sinto seus pés em meus ombros e teu peso em meu pescoço. Sinto teu mundo de pedra e de pão.
Peixe.
Não corre pro abismo
Não corre.
Perde-te para que não mais te encontrem.
Perde-te em teu livro negro.
Perde-te em tua história leve, em tua cruz de pregos e em tua coroa de vespas.
Perde-te.
Agora andamos e caímos lado a lado, mas eu me levanto primeiro.
Porque é de minha natureza abandonar o criador quando ele tomba.
Não permitirei ser tragado pela sua velhice.
E é isso que se ganha.
- Deus meu, Deus meu...
Vê?
Vê a vida que vive em minhas pedras que lanço às portas?
Vê a vida que parte e escorre em cabeças.
Meu pecado,
Pecaminosanto.
Vejo a linha que agora corda segura o sino.
Vejo a mão que agora braço acorda o santo.
Vejo o cego de bengalas mortas e de pedras velhas que caminha sangue pelo céu que ele mesmo vê.
Árvores de terra no meu sol.
Ergueram-te sem nenhuma surpresa em um grande pedestal de onde, de braços abertos, você abraçou o mundo em plena dor de pulmões cansados e cheios de sangue.
E é isso que se ganha.
Tito de Andréa
Não trepa na cruz,
Não faz pouco da santa.
Não come carne no domingo,
Vê a vista do cego que do barro ao cuspe retorna multicolorida?
Preto e azul.
Não sonha no alto e não dorme na terra.
Não vive à morte,
Teus espinhos e tua carne, sempre foram
Um só.
E tu,
Siamês do mundo.
Agora andamos de pés nus sobre a água e eu assisto ao meu corpo em queda livre pelo oceano. Ar em meu afogamento,
Carne em minha lama.
Não pedi, mas fui atendido homem.
- Deus meu, Deus meu,
Por que me abandonaste?
Agora ando de pés viventes por sobre ferro em chamas e sinto suas presas nas minhas carnes, sinto seus pés em meus ombros e teu peso em meu pescoço. Sinto teu mundo de pedra e de pão.
Peixe.
Não corre pro abismo
Não corre.
Perde-te para que não mais te encontrem.
Perde-te em teu livro negro.
Perde-te em tua história leve, em tua cruz de pregos e em tua coroa de vespas.
Perde-te.
Agora andamos e caímos lado a lado, mas eu me levanto primeiro.
Porque é de minha natureza abandonar o criador quando ele tomba.
Não permitirei ser tragado pela sua velhice.
E é isso que se ganha.
- Deus meu, Deus meu...
Vê?
Vê a vida que vive em minhas pedras que lanço às portas?
Vê a vida que parte e escorre em cabeças.
Meu pecado,
Pecaminosanto.
Vejo a linha que agora corda segura o sino.
Vejo a mão que agora braço acorda o santo.
Vejo o cego de bengalas mortas e de pedras velhas que caminha sangue pelo céu que ele mesmo vê.
Árvores de terra no meu sol.
Ergueram-te sem nenhuma surpresa em um grande pedestal de onde, de braços abertos, você abraçou o mundo em plena dor de pulmões cansados e cheios de sangue.
E é isso que se ganha.
Tito de Andréa
2 Comentários:
não é só isso q se ganha
E pensar que há tempos isso nos regia
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