Vivente
Levanta ondulante e vai à janela. À vista. Ao mar.
Levanta ondulante e com pés nus toca o chão. Tudo é tão quente. Sempre.
- Abre a janela e vê o vento partindo.
Partindo-se. – Me. – Nos.
Indo.
Vindo.
- Abre a janela e vê a vista que vive.
O vento parte.
O ventre abre.
O bebê nasce.
E uma multidão de fetos feios está em meus dedos.
Pesadelos natimortos. E de novo eu vejo a cegueira de olhos aberto.
- Divide as flores para os que mais amam espinhos.
- Divide isso com o resto dos teus.
- Irmãos, pai, mãe e divindades.
- Divide isso para com todos.
Vinho em taças limpas para bocas sujas.
Toca o vidro empoeirado com as mãos quentes. Frias. Mornas?
- Vê o vento que parte e reparte as sobras do que chamou de amanhecer.
- Vê a vida que vivia no ventre da puta?
Os filhos do mundo são filhos meus. Eus. Teus.
Acorda gotejando e se enche e esvazia como uma maré.
- Tua lua é maior e amarela.
Levanta ondulante e toma na mão um monte de imagens que nada valem.
- Toma os pesadelos do dia anterior e faz uma cidade.
Agora que vejo a cegueira me tocando.
O feto caminha e me toca as pernas.
Meus pelos arranham minha pele por dentro e ele caminha pelas minhas vias.
Ele encontra no meu ventre tua casa e vai nascer em breve.
Ferro quente e a marca de meu senhor nas costas.
- Toma o castigo e faz-se merecido.
Ele nasce pelos cantos e é filho de meu suor.
Tomo em meus braços e ele mama de minhas lágrimas.
- Toma o bebê-que-nasceu-do-pó no colo.
Vê a vida que vive e viverá?
Vê?
- Se agarra em teus braços até notar.
Vê a vida que vive e morrerá?
Levanta ondulante e come a placenta do que era teu filho.
Animal.
- Come o bebê mulher.
- Come o fruto de teu ventre.
Nada mais justo.
Tito de Andréa.
Levanta ondulante e com pés nus toca o chão. Tudo é tão quente. Sempre.
- Abre a janela e vê o vento partindo.
Partindo-se. – Me. – Nos.
Indo.
Vindo.
- Abre a janela e vê a vista que vive.
O vento parte.
O ventre abre.
O bebê nasce.
E uma multidão de fetos feios está em meus dedos.
Pesadelos natimortos. E de novo eu vejo a cegueira de olhos aberto.
- Divide as flores para os que mais amam espinhos.
- Divide isso com o resto dos teus.
- Irmãos, pai, mãe e divindades.
- Divide isso para com todos.
Vinho em taças limpas para bocas sujas.
Toca o vidro empoeirado com as mãos quentes. Frias. Mornas?
- Vê o vento que parte e reparte as sobras do que chamou de amanhecer.
- Vê a vida que vivia no ventre da puta?
Os filhos do mundo são filhos meus. Eus. Teus.
Acorda gotejando e se enche e esvazia como uma maré.
- Tua lua é maior e amarela.
Levanta ondulante e toma na mão um monte de imagens que nada valem.
- Toma os pesadelos do dia anterior e faz uma cidade.
Agora que vejo a cegueira me tocando.
O feto caminha e me toca as pernas.
Meus pelos arranham minha pele por dentro e ele caminha pelas minhas vias.
Ele encontra no meu ventre tua casa e vai nascer em breve.
Ferro quente e a marca de meu senhor nas costas.
- Toma o castigo e faz-se merecido.
Ele nasce pelos cantos e é filho de meu suor.
Tomo em meus braços e ele mama de minhas lágrimas.
- Toma o bebê-que-nasceu-do-pó no colo.
Vê a vida que vive e viverá?
Vê?
- Se agarra em teus braços até notar.
Vê a vida que vive e morrerá?
Levanta ondulante e come a placenta do que era teu filho.
Animal.
- Come o bebê mulher.
- Come o fruto de teu ventre.
Nada mais justo.
Tito de Andréa.
2 Comentários:
desculpa, sem comentários
>.<
bom?
aham!
adorei o post cara...
otimo...
tu escreve pa caralho...
parabens...
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial