Bosqueletras
Se uma vez,
O medo vira sangue, e, virado em sangue, mata e remarca todas as castas corpóreas de minhas mãos. E renasce num reencarnado deus cordecarneviva.
Porque...
Por que eu?
Eu tenho de estar amalucado e despudorado; nu, na lodosa romaria dos idênticos, na reza dos sorridentes, à mesa dos realizados, fartos, saudáveis.
Não, não eu
Que me sento, sem nem ao menos uma ruga, no meio das árvores gramíneas e assisto passaropoemas com olhos lagrimejantes e prefiro isso a viver cheio de eus e cheio de fatos.
Fotossecção.
Eu espinhoflor nado.
Eu não nomidentidade.
Eu só saberquedar.
Eu, que tenho mil nomes silenciados nos meus sussurros barulhentos.
Não enxergue.
Não busque.
Não se importe.
N U N C A
Eu que tenho um mantra apenas de ossos e lodo.
Que transcendo da lama para o barro e do barro para a care.
Apenas para compreender
Que o ciclo é carnelamabarrocarnelama.
Desagregação.
Desidentificação.
Pensamenticídio.
Amorticida.
Cocaínossanto.
Beatificado.
Eu não estou identificado.
Eles correm e eu ando.
Ando ando ando ando ando ando ando ando ando ando
A G O R A
A
M O R T E
C H O R A
Um chuvoso sorriso.
Eu não estou identificado.
Santificado.
Crucificado.
Eu que não me sento
Num bosqueletras com a boca escancarada cheia de páginas...
E não quero que me chamem pelo nome.
Meu nome é:
Tito de Andréa
1 Comentários:
Lindo, Lindo!
O melhor de todos!
Tão Tito e ao mesmo tempo tão suave que dói. Me lembra Clarice.
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