In Finitude
Antes de entrar no luminoquarto onde sangrei o resto de meu nome, tire os sapatos.
Despudorados pés impudicos para estuprar a terra e manchar o sujo.
Desavergonhados pés para dançar e celebrar a frágil sangria que comemorei.
Antes de entrar no recinto luminoso onde depenei minha alma e quebrei seu pescoço convulsivo, retire-se de si.
Desmaculado corpo orgíaco para fecundar a carne e embotar o barro.
Desmaculado corpo de meus dias.
Todo sujo de vida.
Antes de romper o hímen de minha vista. A fina,vibrante e inocente película que envolve e apazigua o pecado.
Antes de rompê-lo...
Ama-me...
Antes de romper
Abraça.
Antes de sentir o frígido tremeluzir de meus orgasmos, antes de soprar e cortar o fio da vela, antes de morrer uma justa e memorável vida, arranca os tendões da carne e deita ao chão tua pele; que te quero sem mácula.
Que te quero sem mancha.
Que te quero sem alma.
Antes de deitar teu nome morno ao mármore, depõe contra a corda neural de teu feto, depõe contra a espinha de tua mãe, mata e marca teu Abel.
Caim
E Adão.
Antes de lançar teu resto de morte às mãos do feitor, tira fora os sapatos.
Tira fora os sapatos e entra em minha festa viva e pulsiforme.
Há penas neurais após.
Há dores temporais após.
Mas tira fora teus sapatos e suja teus pés no caldo primordial que inunda tua casa.
Nesse sangue que escrevemos e que já lavou as ruas tantas vezes.
Nessa irmandade siamesa que temos com o mundo.
Abraça a membrana venosa que te liga ao teu canceroso irmão.
Melhor morrer.
Antes de enfim dizer que está pronto;
Rompe as cortinas de tuas costelas,
Rompe as retinas de tuas manhãs.
E encara
A infinita mortalha
Cobre tua nudez e vai;
Descalço.
Tito de Andréa
Despudorados pés impudicos para estuprar a terra e manchar o sujo.
Desavergonhados pés para dançar e celebrar a frágil sangria que comemorei.
Antes de entrar no recinto luminoso onde depenei minha alma e quebrei seu pescoço convulsivo, retire-se de si.
Desmaculado corpo orgíaco para fecundar a carne e embotar o barro.
Desmaculado corpo de meus dias.
Todo sujo de vida.
Antes de romper o hímen de minha vista. A fina,vibrante e inocente película que envolve e apazigua o pecado.
Antes de rompê-lo...
Ama-me...
Antes de romper
Abraça.
Antes de sentir o frígido tremeluzir de meus orgasmos, antes de soprar e cortar o fio da vela, antes de morrer uma justa e memorável vida, arranca os tendões da carne e deita ao chão tua pele; que te quero sem mácula.
Que te quero sem mancha.
Que te quero sem alma.
Antes de deitar teu nome morno ao mármore, depõe contra a corda neural de teu feto, depõe contra a espinha de tua mãe, mata e marca teu Abel.
Caim
E Adão.
Antes de lançar teu resto de morte às mãos do feitor, tira fora os sapatos.
Tira fora os sapatos e entra em minha festa viva e pulsiforme.
Há penas neurais após.
Há dores temporais após.
Mas tira fora teus sapatos e suja teus pés no caldo primordial que inunda tua casa.
Nesse sangue que escrevemos e que já lavou as ruas tantas vezes.
Nessa irmandade siamesa que temos com o mundo.
Abraça a membrana venosa que te liga ao teu canceroso irmão.
Melhor morrer.
Antes de enfim dizer que está pronto;
Rompe as cortinas de tuas costelas,
Rompe as retinas de tuas manhãs.
E encara
A infinita mortalha
Cobre tua nudez e vai;
Descalço.
Tito de Andréa
2 Comentários:
Dor, sexo, amor, você, outro/a, vida... LINDO! *-*
Este vai pros meus arquivos, Tito.
...
-É dissecar-se e por as partes a mostra. E por dentro tudo é mais sensível, mais cheio de sangue, portanto, cheio de vida... e quanto mais vida, maior será a morte...
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