Poema-madrugada-sem-nome
Para ver se arranco de algo esse odor nacarado que percorre nossas espinhas.
Esse tédio encantado que brilha nos teus dedos fumacentos.
Esse tédio sangue.
Esse tédio carne.
Vazio.
Vazio para poder transpassar e transparecer olhares abertos de pérolas plumbeas e ninféticas.
Mastigar a lentidão irregular.
Mastigar os lapsos e tremores.
Toma essa paranóia sifilítica e bebe tudo de copo cheio.
Antes um brinde,
Um brinde ao senhor seu pai que mastigou tudo.
O Senhor teu pai Buda-beat-macaco.
Santo, santo, santo, santo...
Cante comigo, irmão.
Canta comigo agora nessa procissão vespertina, viperina e tediosa.
O peito bate
O peito late
E sangra lentos diamantes;
Lentos diamantes mordidos.
Canta comigo o sangue e o chicote.
Maldizer os malditos dias.
Maldizer as bençãos por educação.
Maldizer coração acelerado de macaco.
Maldizer teu eu, eus milhões que apesar de tudo não ficarão.
Canta e maldiz as portas abertas.
Às portas abertas do peito putréfato.
Mastiga, canta, dança ao tédio Santo.
-Beat-beat-beat
Diz o coração peito canceroso.
Diz o profeta sangue-corcunda ante as árvores que não se importarão de ser tuas filhas aniversariantes e grávidas.
Não se interesse a fundo,
Só nos restará soprar fumaça.
Só nos restará chorar avós e comemorar velórios.
Dores no peito.
Dores no pulso.
Dores nos restarão.
Danças, mastigações, diamantes, tédio e celebração viperina.
Vespas chuvosas e dançantes.
Já que me associei ao que não tem nome,
Digo adeus a ti.
Sopro tua ânsia de volta aos teus pulmões e digo:
- Não há aqui resto que te ame ou sentido que te faça.
Mártires de mármore.
Gravemos nossos nomes.
Lembremos.
Enfim:
- Do pó ao pó.
Amém.
Tito de Andréa
Esse tédio encantado que brilha nos teus dedos fumacentos.
Esse tédio sangue.
Esse tédio carne.
Vazio.
Vazio para poder transpassar e transparecer olhares abertos de pérolas plumbeas e ninféticas.
Mastigar a lentidão irregular.
Mastigar os lapsos e tremores.
Toma essa paranóia sifilítica e bebe tudo de copo cheio.
Antes um brinde,
Um brinde ao senhor seu pai que mastigou tudo.
O Senhor teu pai Buda-beat-macaco.
Santo, santo, santo, santo...
Cante comigo, irmão.
Canta comigo agora nessa procissão vespertina, viperina e tediosa.
O peito bate
O peito late
E sangra lentos diamantes;
Lentos diamantes mordidos.
Canta comigo o sangue e o chicote.
Maldizer os malditos dias.
Maldizer as bençãos por educação.
Maldizer coração acelerado de macaco.
Maldizer teu eu, eus milhões que apesar de tudo não ficarão.
Canta e maldiz as portas abertas.
Às portas abertas do peito putréfato.
Mastiga, canta, dança ao tédio Santo.
-Beat-beat-beat
Diz o coração peito canceroso.
Diz o profeta sangue-corcunda ante as árvores que não se importarão de ser tuas filhas aniversariantes e grávidas.
Não se interesse a fundo,
Só nos restará soprar fumaça.
Só nos restará chorar avós e comemorar velórios.
Dores no peito.
Dores no pulso.
Dores nos restarão.
Danças, mastigações, diamantes, tédio e celebração viperina.
Vespas chuvosas e dançantes.
Já que me associei ao que não tem nome,
Digo adeus a ti.
Sopro tua ânsia de volta aos teus pulmões e digo:
- Não há aqui resto que te ame ou sentido que te faça.
Mártires de mármore.
Gravemos nossos nomes.
Lembremos.
Enfim:
- Do pó ao pó.
Amém.
Tito de Andréa
3 Comentários:
Amém.
Tito de Andréa está de volta.
Saudemos o que sempre volta :]
amém.
É, Oi! =)
Já li quase tudo do seu blog, mas só desta vez "encorajei-me" a criar um e comentar por aqui. Gosto de tudo que você escreve.
Até mais.
Eu li, como você pediu. Mas acho que terei que reler este poema algumas vezes...
Em todo caso, isso é o que eu chamo de forte.
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