quarta-feira, setembro 24, 2008

Bosqueletras

Só para ver,
Se uma vez,
O medo vira sangue, e, virado em sangue, mata e remarca todas as castas corpóreas de minhas mãos. E renasce num reencarnado deus cordecarneviva.

Porque...
Por que eu?
Eu tenho de estar amalucado e despudorado; nu, na lodosa romaria dos idênticos, na reza dos sorridentes, à mesa dos realizados, fartos, saudáveis.

Não, não eu
Que me sento, sem nem ao menos uma ruga, no meio das árvores gramíneas e assisto passaropoemas com olhos lagrimejantes e prefiro isso a viver cheio de eus e cheio de fatos.

Fotossecção.
Eu espinhoflor nado.
Eu não nomidentidade.
Eu só saberquedar.

Eu, que tenho mil nomes silenciados nos meus sussurros barulhentos.

Não enxergue.
Não busque.
Não se importe.

N U N C A

Eu que tenho um mantra apenas de ossos e lodo.
Que transcendo da lama para o barro e do barro para a care.
Apenas para compreender
Que o ciclo é carnelamabarrocarnelama.

Budismoderno.
Desagregação.
Desidentificação.
Pensamenticídio.
Amorticida.
Cocaínossanto.
Beatificado.

- tome doutor, essa tesoura -

Eu não estou identificado.

Eles correm e eu ando.
Ando ando ando ando ando ando ando ando ando ando

A G O R A
A
M O R T E
C H O R A

Um chuvoso sorriso.

Eu não estou identificado.
Santificado.
Crucificado.

Eu que não me sento
Num bosqueletras com a boca escancarada cheia de páginas...

E não quero que me chamem pelo nome.
Meu nome é:

- Não.

Tito de Andréa