Testamento
Medo, meu filho, medo.
Será esse teu legado e tua herança.
Essas pedras amarradas ao teu pé direito,
Essas dores nos pulsos...
Essa angustia gangrenada debaixo da língua.
Medo.
Medo é o que foi separado para o teu nome.
É o que corre escuro pelas tuas veias e sussurra por entre as folhas.
Pura náusea será.
Esse coração-estômago ofendido
Essa ulcera cancerosa nas tuas fugas,
Esse bolor na vista,
Pura ânsia de vômito...
Pura ânsia.
Essa chuva que não cai
E promete nova tormenta para tuas manhãs.
Essa chuva anunciada e dançada e esquecida.
Conviveremos com o céu e sua ameaça.
Medo, meu filho.
Medo serão tuas pontes elevadiças, teus fossos de esgoto, teus castelos ocos.
Esse toque que não toca.
E essa faca cega que te finge suicida.
Teus olhos nervosos onde te levarão?
Teus ódios insolúveis em água,
Teus ácidos,
Carnes,
Fatalidades...
Teus fins...
Teu medo.
Tito de Andréa
Será esse teu legado e tua herança.
Essas pedras amarradas ao teu pé direito,
Essas dores nos pulsos...
Essa angustia gangrenada debaixo da língua.
Medo.
Medo é o que foi separado para o teu nome.
É o que corre escuro pelas tuas veias e sussurra por entre as folhas.
Pura náusea será.
Esse coração-estômago ofendido
Essa ulcera cancerosa nas tuas fugas,
Esse bolor na vista,
Pura ânsia de vômito...
Pura ânsia.
Essa chuva que não cai
E promete nova tormenta para tuas manhãs.
Essa chuva anunciada e dançada e esquecida.
Conviveremos com o céu e sua ameaça.
Medo, meu filho.
Medo serão tuas pontes elevadiças, teus fossos de esgoto, teus castelos ocos.
Esse toque que não toca.
E essa faca cega que te finge suicida.
Teus olhos nervosos onde te levarão?
Teus ódios insolúveis em água,
Teus ácidos,
Carnes,
Fatalidades...
Teus fins...
Teu medo.
Tito de Andréa